Otimizar a paz

1 de Dezembro de 2008

Fiquei extremamente feliz ao receber o convite desses 04 (quatro) amigos, embora não por unanimidade, porque soube que o David foi voto vencido (Jesus te perdoa, meu filho!), para “inaugurar”, como convidada, o blog criado com tanta criatividade por essas figuras queridas.

Lembro-me, como se fosse hoje, o dia em que nos conhecemos na descida da passarela que liga o metrô da estação São Cristóvão ao prédio da Petrobras, na Av. Canabarro. Lá vinha Jesus, direto de Belém, para aulas de MBA na cidade maravilhosa. E lógico, para que nada pudesse acontecer com Jesus, os apóstolos se prontificaram a ajudar, deixando indicação da saída para rua correta até com o guarda do metrô. Foi incrível como ele já sabia quem eu era, mas também, quem não sabe quem é Jesus?!

Devido as férias (merecidas) de Jesus, não pude escrever o texto inaugural, tendo tal tarefa sido cumprida de forma brilhante pela Deise. Realmente, Jesus causa impactos até quando está de férias, pois os filhos precisam refletir ainda mais sobre a vida e se virar sem mim.

Todavia, por coincidência ou não, fiquei de escrever no mês de dezembro, mês do meu aniversário (não esqueçam os presentes, hein?). Mas, o que escrever em tempos tão complicados? Em tempos de “otimizar” custos, gastos, recursos. Tenho receio que as pessoas entrem em conflito e esqueçam de otimizar a paz.

Vejo como o mundo se comportou com a morte de Saddam. Todos puderam assistir ao “espetáculo” em estado de flagrância. É impressionante como as pessoas vociferavam com a morte de alguém, como se todos alimentassem seus instintos mais primitivos, como se reavivasse a lei de Talião: olho por olho dente por dente. Utilizei Saddam apenas como exemplo, pois é comum, no dia-a-dia, as pessoas se aglomerarem nas ruas para assistir e até vibrarem com a morte alheia como se estivessem num filme.

A sociedade ainda se apresenta retrógrada, com evidentes sinais primitivos, com deleite diante da morte, o sangue escorrendo da boca, com o gosto de vitória. Não há alegria na morte, nem na de um inimigo. Só propugnam pela morte os fracos, os incapazes de lutar pela humanidade. Matar é fácil, difícil é viver em civilidade.

Em pesquisas feitas via internet se observa que grande parte da população urge pela pena de morte. Tal entendimento é fruto da ignorância, do desconhecimento de que nunca na história da humanidade a pena de morte fez diminuir os índices de criminalidade. E pior, diversas vezes já se verificou que o condenado era inocente, nos Estados Unidos vinte por cento dos condenados eram inocentes, os que, infelizmente, só ficou provado após suas execuções. É uma vergonha teratológica. Como dizia o mestre Rui Barbosa: é preferível inocentar mil culpados a condenar um inocente.

Por que a população não se alvoroça para defender a vida?

Com esta postura a humanidade se torna refém de suas próprias atitudes, vez que violência só gera violência, tal morte ao invés de consolo pode se tornar estímulo à propagação da violência. É necessário repensar a humanidade e seus valores, lembrar que o ser humano, em todas as suas dimensões, é o bem mais importante que existe. 

Mesmo parecendo piegas, vale lembrar o mandamento Divino de amar o próximo como a si mesmo. Se Jesus consegue, nós também conseguimos! Pois, só assim, podemos ter esperança de que Jesus vai nascer na vida de cada um de nós na noite de Natal.